sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Bernardo Falcone: "Na escola precisamos aprender a ser tolerantes com o próximo e com as diferenças":


Foi entre a gravação de cenas para a versão brasileira da novela teen Rebelde, que o ator carioca Bernardo Falcone, 27 anos, recebeu a equipe do Educar para Crescer. Sorridente, topou na hora participar de uma sessão de fotos. E não teve dúvidas sobre a mensagem que queria passar em seu vídeo: chega de bullying! "A escola, além de um espaço para o aprendizado, é o espaço para aprendermos a conviver uns com os outros", diz o ator. Em Rebelde, Bernardo interpreta o estudioso e sonhador Téo. O jeito tímido e reservado do estudante serve como desculpa para muitos colegas do internato fictício Elite Way fazerem provocações terríveis. Essa não é a primeira vez que o ator participa de uma produção sobre o ambiente escolar. Ele foi um dos 18 finalistas do reality da Disney Channel que escolheu os personagens principais para o filme High School Musical - O Desafio. E protagonizou a série Quando Toca o Sino, do mesmo canal. "Eu quero o meu trabalho para mudar o estigma de que estudar não é uma coisa boa ou necessária. Se cheguei em algum lugar na vida, foi também por causa da escola", conta Bernardo. E quanto aos planos futuros? O moço responde: "quando Rebelde acabar, quero voltar a focar nos estudos teóricos. Também pretendo fazer um curso de interpretação para cinema em Los Angeles. Mas o foco agora é 100% Rebelde".


Como é atuar numa novela que fala sobre escola e educação?
Bernardo Falcone: Fazer novela sempre foi um sonho. E fazer uma novela como Rebelde, que conversa com a família toda, é excelente! A correria e a adrenalina são ótimas, a gente se diverte muito. O mais legal é que meu personagem tem tudo a ver com Educação. O Téo é o típico "nerd", o estudioso que se dá bem em todas as matérias. Fico muito feliz em interpretá-lo.

A televisão ajuda na educação das crianças e jovens?
Bernardo Falcone: Sem dúvida! A tevê pode levar para dentro dos lares o debate de temas relevantes, que levam a pensamentos mais elaborados e discussões mais inteligentes.

Como a escola deve lidar com preconceitos? E com o bullying?
Bernardo Falcone: Acredito que todo e qualquer preconceito deve ser deixado do lado de fora da escola. A escola, além de um espaço para o aprendizado, é o espaço para aprendermos a conviver uns com os outros. E é nessa convivência que temos que aprender a ser tolerantes com o próximo e com as diferenças. O ideal seria que não existissem preconceitos nem fora da escola. Mas instruindo cidadãos a serem mais inteligentes e mais tolerantes dentro da escola, eles vão levar isso para o mundo.

Onde você estudou? Foi um período legal na sua vida?
Bernardo Falcone: Eu estudei no Colégio Saint John, no Rio de Janeiro. Foi um período muito feliz da minha vida, fiz amigos que levarei para o resto da vida. Claro que quando a gente é criança e adolescente, está sempre reclamando da obrigatoriedade de ir para a escola. Mas olhando pra trás, eu vejo que foi uma época muito boa. Foi a escola que me ensinou a ter disciplina, dedicação e foco nos meus objetivos. Eu era amigo de grande parte dos meus professores. Sempre gostei de ouvir o que eles tinham a dizer além das matérias. A gente aprende no convívio, na troca de ideias. Eu gostava muito deles.

Seus pais se envolveram na sua educação?

Bernardo Falcone: Bastante! A vida inteira eles serviram de exemplo, pois estudavam mesmo depois de adultos. Minha mãe é médica e até hoje ela estuda e se atualiza. Meu pai, que é engenheiro, ficava em cima de matérias como matemática, geometria. E ajudava a mim e meus irmãos com as dúvidas.

Você continua estudando?
Bernardo Falcone: Agora, por conta da correria das gravações estou sem estudar. Mas pretendo voltar assim que acabar a novela. Eu achei no teatro a minha matéria de maior interesse para estudo. Quero ter mais contato com o teatro e sua história, ler os textos clássicos, conhecer os grandes pensadores. O ator precisa disso pra não "enferrujar".

Você curte ler?
Bernardo Falcone: Eu gosto. Atualmente estou lendo "Crime e Castigo", do Dostoiévski.

Porque muitos adolescentes não gostam de estudar?
Bernardo Falcone: Porque com a obrigação de ter que estudar, muitas vezes eles não enxergam a importância do estudo no desenvolvimento das suas potencialidades. Acham que o pai só quer ser chato.

Como seria a escola dos seus sonhos?
Bernardo Falcone: Uma escola que estimulasse toda e qualquer potencialidade de uma criança. Seja nos esportes, na matemática, nas ciências, nas artes. A escola que prepara os alunos apenas para o vestibular pouco me interessa. Antes disso, ela deve preparar o cidadão pra vida.

Porque você teve interesse em participar do projeto "Educar para Crescer"?
Bernardo Falcone: A escola é um ambiente muito especial e uma fase maravilhosa na vida das pessoas. Apoiar um projeto que valoriza a Escola, o Ensino e a Educação é muito gratificante. É uma pena que nem todos tenham acesso à educação no país. A base para um país se desenvolver é a educação. Eu quero usar a plataforma que tenho hoje, o meu trabalho, para mudar o estigma de que estudar não é uma coisa boa ou necessária. Se cheguei em algum lugar na vida, foi também por causa da escola. A vida me ensinou a sonhar e através da Educação que tive, pude achar um caminho pra realizar os meus sonhos.

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